A identidade visual é extremamente importante para um escritório, ela é o conjunto de signos e significados que constituem a primeira imagem que o cliente terá de você.
Um ponto expressivo na identidade visual são as cores, apesar de não parecer que as cores influenciam tanto na percepção visual do cliente, aqui nesse texto mostraremos o contrário.
A equipe da Jurídico AI montou esse guia completo para você saber escolher as melhores cores para compor a identidade visual do seu escritório.
A identidade visual na advocacia
Apesar da advocacia ter evoluído bastante ao longo das últimas décadas, a profissão ainda é regida por muitas antigas regras de conduta do mundo jurídico.
A vestimenta, a linguagem e a postura absolutamente formais são alguns exemplos de costumes que, mesmo com o passar do tempo, ainda são vivos na realidade profissional dos advogados.
No entanto, essas antigas regras visam à garantia da sobriedade e do respeito ao ofício jurídico, que tem como finalidade a promoção de um dos mais importantes valores humanos, a justiça.
A escolha das cores da identidade visual do advogado não foge a esses códigos de conduta profissionais.
Isso porque, no meio jurídico, há a crença de que os tons devem obedecer, minimamente, às formalidades da advocacia e do Direito.
Nesse sentido, as cores neutras, por estarem culturalmente relacionadas à ideia de seriedade e equilíbrio, têm sido as mais utilizadas na elaboração do design dos escritórios de advocacia.
E isso não é muito difícil de comprovar. Se você já tiver uma identidade visual, olhe para as cores que você escolheu. Se você ainda não possuir, entre no site de qualquer escritório jurídico.
Podemos arriscar que, em quase 100% dos casos, os advogados optam por cores como o preto, o branco, o cinza, o azul ou o vinho para identificarem os seus serviços jurídicos.
A OAB e as cores do advogado
As cores são tão importantes para a atividade da advocacia que o antigo Código de Ética da OAB possuía um artigo que dispunha expressamente sobre como elas poderiam ser utilizadas.
O artigo 31 do CED da OAB de 1995 indicava que as cores deveriam ser compatíveis com a sobriedade da profissão jurídica, conforme pode ser observado abaixo:
Art. 31 do CED da OAB de 1995. O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Embora se trate especificamente das cores utilizadas em anúncios, entendia-se que o design da identidade visual do advogado também deveria se preocupar com a sobriedade e o equilíbrio do ofício.
No entanto, a alteração do Código de Ética, por meio da Resolução 02/2015, impôs uma nova realidade à utilização das cores na advocacia.
Isso porque a mudança do texto do CED foi tamanha que, hoje, não existe mais nenhuma limitação expressa da OAB ao uso das cores no design dos escritórios.
O fato da limitação expressa ter caído por terra não significa que há total liberdade para a utilização de cores na identidade visual dos advogados.
O Código de Ética continua sendo bem claro em relação ao mínimo de sobriedade necessário a qualquer atividade de publicidade do profissional jurídico, devendo ser respeitados, ao máximo, o Direito e a Justiça.
Porém, hoje, há uma maior liberdade para a escolha da paleta de cores do advogado.
Isso porque, pelo fato da advocacia, no Brasil, estar se aproximando cada vez mais do marketing, os profissionais passaram a notar que as cores da identidade visual têm um grande potencial na conquista de novos clientes.
Assim, o velho costume de usar apenas cores neutras no design dos serviços jurídicos tem sido, aos poucos, mitigado.
As cores neutras são as melhores opções para identidade visual de um advogado?
Embora seja compreensível o aspecto coringa das cores neutras na construção da identidade visual, nem sempre essas são as melhores opções a serem utilizadas para a conquista do cliente de um serviço jurídico.
Isso porque, com a modernização e com o aumento da concorrência da advocacia, os profissionais têm se preocupado mais em prestar bons serviços, por meio de uma boa comunicação, do que em se prender em costumes que em nada contribuem para a conquista de clientes.
Nesse sentido, muitos advogados têm percebido que os serviços jurídicos que oferecem não necessariamente delimitam as possibilidades de cores para a elaboração do design visual.
Pelo contrário, com o aumento da diversificação dos serviços oferecidos pelos advogados, os velhos padrões de cores têm sido colocados cada vez mais no passado. E as paletas têm ficado mais sortidas a cada dia que passa.
Afinal de contas, o que é mais importante:
- uma identidade visual que utilize apenas cores sóbrias e formais ou uma identidade visual com cores que realmente tenham a ver com o serviço que o advogado oferece?
Vejamos esse estudo de caso:
Primeiro, pense em um advogado que é referência na área do Direito Ambiental.
Para a personalização do seu serviço, o que seria mais coerente: uma logo com tons relacionados à natureza (como o verde) ou uma logo com cores que se preocupassem apenas com a neutralidade e sobriedade da advocacia?
Pense agora em um advogado que tenha como especialidade o Direito da Criança e do Adolescente.
O que seria melhor: uma logo com cores mais próximas ao universo juvenil ou uma logo neutra, enrijecida e absolutamente formal?
Possivelmente em ambos os casos, a melhor opção será a primeira.
Porque, com a difusão das táticas de marketing no universo jurídico, tem ficado cada vez mais evidente a necessidade de aproximar o advogado aos sentimentos do cliente (ou potencial cliente).
Quanto mais o profissional conseguir passar a mensagem de que conhece e entende o problema daqueles que o procuram, maiores serão as chances de conquistar novos clientes.
E a escolha correta da paleta cores é um excelente instrumento para isso!
O segredo da identidade visual do advogado: o uso das cores deve ser uma estratégia para conquistar clientes
Em um mercado que a cada dia fica mais concorrido, é preciso que o advogado possua um serviço personalizado e que saiba se comunicar visualmente com seus clientes.
O uso das cores é fundamental para isso. O site do gigante do marketing Neil Patel, por exemplo, tem um bom estudo sobre como as cores podem influenciar na conquista do seu público alvo.
Segundo ele, 92,6% dos clientes afirmam que as cores são o fator de influência número 1 na hora de decidir se vão adquirir um produto ou serviço.
Além disso, Patel diz também que, durante o tempo de julgamento inconsciente que uma pessoa faz ao se deparar pela primeira vez com um serviço (que dura cerca de 90 segundos), 90% da avaliação é feita tendo como base a paleta de cores utilizada no design.
Como escolher as melhores cores para a identidade visual de um advogado?
A equipe da Jurídico AI preparou um tutorial para você conseguir identificar quais são as melhores cores para a sua logomarca e para o seu logotipo jurídicos.
1. Saiba quem é a sua persona
A persona nada mais é do que o cliente ideal do seu serviço de advocacia. É aquele indivíduo que possui o problema adequado para a sua solução jurídica.
Em outras palavras, a persona é aquele cliente que cai como uma luva para você! (Para saber mais sobre como detectar a persona do seu serviço de advocacia)
O segredo aqui é você saber identificar quais são as cores que melhor se adaptam ao problema jurídico que a sua persona precisa resolver.
Essas cores serão, provavelmente, as melhores a serem utilizadas para a sua identidade visual.
Dica 1: o sexo da sua persona é muito importante para a definição das melhores cores
Uma pesquisa de Joe Hallock nos permite detectar que a capacidade de influência das cores sobre os clientes está diretamente relacionada ao sexo da pessoa.
Por esse motivo, é de grande importância que o advogado se empenhe ao máximo na definição do sexo da sua persona, uma vez que, com isso, seus esforços de marketing podem ser melhor direcionados.
Segundo Hallock, a capacidade de influência das cores sobre os homens é:
- Azul (57%)
- Verde (14%)
- Preto (9%)
- Vermelho (7%)
- Laranja (5%)
- Cinza (3%)
- Branco (2%)
- Marrom (2%)
- Amarelo (1%)
Já para as mulheres, essa capacidade muda completamente:
- Azul (35%)
- Lilás (23%)
- Verde (14%)
- Vermelho (9%)
- Preto (6%)
- Laranja (5%)
- Marrom (3%)
- Amarelo (3%)
- Cinza (1%)
- Branco (1%)
2. Utilize as cores de maneira equilibrada na identidade do seu serviço de advocacia
Embora já tenhamos percebido que as cores não devem ser limitações, é preciso saber utilizá-las!
Afinal, querendo ou não, a advocacia é uma profissão que exige um grau mínimo de formalidade e seriedade.
Dessa maneira, para utilizar as cores de maneira adequada, o profissional jurídico precisa saber equilibrá-las a fim de que a identidade visual fique harmônica e minimamente apropriada ao que se espera de um advogado.
Dica 2: como cada cor influencia o meu público?
Além das cores terem maior ou menor capacidade de influência de acordo com o sexo da pessoa, cada uma delas possui uma mensagem própria.
Para equilibrar as cores na identidade visual, é fundamental que o advogado saiba conciliar a mensagem que quer passar ao público com a mensagem que é inerente à própria cor.
As principais cores e suas mensagens são:
- Azul
O azul possui grande capacidade persuasiva por passar uma mensagem de grande confiança e pacificidade, estimulando a crença nas pessoas de que os serviços atrelados a essa cor são mais seguros e eficazes.
- Preto
O preto e as cores escuras, no geral, passam, naturalmente, a ideia de neutralidade e sobriedade. Quando atreladas a um serviço, possui o grande potencial, também, de transmitir a sensação de elegância e competência.
Em suma, o preto reflete discrição, poder e sofisticação.
- Branco
A principal função da cor branca é transmitir as sensações de transparência, integridade e competência. Quase todos os escritórios de advocacia utilizam a cor branca em alguma área de sua identidade visual.
- Amarelo
Assim como em um semáforo, a cor amarela transmite a ideia de atenção e alerta. Por esse motivo, são excelentes cores para botões de chamada para a ação (os famosos CTA’s – call to action).
Além disso, passar ao público a ideia de felicidade e otimismo na resolução dos problemas.
- Vermelho
Presente em quase todas as identidades visuais de redes de fast food, o vermelho serve para excitar o público e dar a sensação de necessidade. É a cor mais enérgica.
Normalmente, deve ser usado com cautela para que não ultrapasse os limites mínimos de sobriedade do Código de Ética da OAB.
- Verde
Apesar de remeter à ideia de natureza, o verde também é uma excelente cor para designar otimismo, felicidade e afirmação aos serviços.
Além disso, pode transmitir calma e confiança (assemelhando-se, de certa maneira, com o potencial da cor azul).
- Laranja
O laranja representa a emergência. Também é uma cor utilizada para CTA’s e indica uma necessidade urgente.
É, também, a principal cor da inovação e da modernidade, refletindo, sobretudo, a ideia de dinamismo e avanço.
3. Verifique se as cores combinam com os seus outros elementos de design
A harmonia é muito importante para a elaboração do design do advogado. E aqui não se fala apenas das cores, mas também dos demais elementos da identidade visual (como as formas, por exemplo).
É muito importante que os elementos do design consigam entrar em equilíbrio, a fim de que a combinação tenha o potencial de transmitir a mensagem do profissional de maneira clara e objetiva.
A identidade visual é, antes de tudo, um instrumento de comunicação entre o advogado e seu potencial cliente. Quanto mais limpo, acessível e compreensível for o meio de comunicação, maiores serão as chances de conquista de novos clientes.
Por essa razão, as cores devem não só ser harmônicas entre si, mas devem, também, construir uma relação de paz com os demais elementos do design.
Afinal, lembre-se: o seu público te procura para resolver um problema. Uma mensagem ruim (sobretudo se for confusa ou exagerada) contribuirá apenas para afastar possíveis clientes de você.
Por isso, foque totalmente no equilíbrio da sua identidade visual, tornando-a simples e compreensível ao público.
Quem pode te ajudar a escolher as melhores cores para a sua identidade visual?
É essencial que o advogado dedique, em primeiro lugar, seus esforços de marketing para definir qual é a mensagem que deseja passar aos seus potenciais clientes.
Com a mensagem já definida, ele pode, por si só, procurar quais são as cores que mais combinam com o que deseja transmitir (o que costuma ser bem trabalhoso) ou então pode contratar serviços de design ou marketing.
No caso da contratação, as chances de sucesso são maiores, uma vez que, provavelmente, os profissionais estarão lidando com algo que já possuem expertise.
Além disso, o(a) profissional do design poderá dar início ao processo criativo da identidade visual, combinando as cores com os demais elementos de design dos seus serviços de advocacia.
As cores devem estar incorporadas a você, sendo um símbolo inesquecível do seu profissionalismo e do seu trabalho como advogado.