Como fazer marketing jurídico sem se preocupar com as regras da OAB?

15 ago, 2024
Dados que compõem o marketing

O mercado jurídico está ficando cada vez mais concorrido e ser um advogado de sucesso vem se tornando uma verdadeira prova de sobrevivência.

No Brasil, já há mais de 1 milhão de advogados e, a cada ano, há 100.000 novos profissionais do Direito no mercado.

Assim, para fugir do desemprego e da instabilidade, os advogados estão tendo que buscar novos meios para conquistar e atrair clientes aos seus serviços. 

Um dos meios mais buscados pelos advogados é o marketing, uma prática que causa temor a muitos profissionais da advocacia. 

Isso porque a OAB estabelece uma série de restrições aos advogados em relação ao que é permitido ou não na hora de atrair novos clientes para os serviços jurídicos, gerando muitas dúvidas nos profissionais que sonham em inovar na forma de conquistar o público. 

Nós, da Jurídico AI, ouvimos relatos de muitos advogados que perdem grandes oportunidades de atrair clientes por não compreenderem o que a OAB realmente diz. 

Por esse motivo, decidimos acabar com todas as dúvidas em relação ao que a Ordem dos Advogados do Brasil diz sobre o marketing jurídico. 

A OAB proíbe o marketing para advogados? 

A resposta é não! O Estatuto e o Código de Ética da OAB sequer falam sobre o marketing.

Isso porque o marketing, em um conceito bem sucinto, é um conjunto de atividades que tem como objetivo compreender e atender às necessidades do cliente, agregando, com isso, valor ao produto ou ao serviço.

Ou seja, ele tem como principal objetivo fazer você gerar valor ao seu serviço por meio da compreensão e do atendimento das necessidades do cliente. Sua função é entender o mercado!

O marketing não significa sair com um microfone pelas ruas vendendo serviços ou colocar anúncios no Facebook com os dizeres “adquira nossos serviços de advocacia!”.

No entanto, essa é uma maneira muito ultrapassada e caricatural de pôr em prática as estratégias de marketing. O marketing é muito mais amplo.  

Se não há proibição, por que há tanto medo dos advogados em relação ao marketing?

Porque eles confundem marketing com publicidade, que é a expressão que realmente está presente no Estatuto!

E há uma razão para essa confusão: o marketing e a publicidade estão intimamente interligados.

No entanto, enquanto o marketing se preocupa em entender o mercado e elaborar estratégias para a conquista de clientes, a publicidade se preocupa em dar conhecimento sobre os serviços do profissional ao público (com anúncios, propagandas, etc). 

A publicidade é a parte do marketing que se preocupa em mostrar para as pessoas a qualidade de um produto ou um serviço, seduzindo-as a consumir por meio de anúncios de TV, outdoors, etc.

Logo, estando um contido no outro, se há limitações para a publicidade, há também certas limitações para o marketing…e é essa a confusão.

Afinal, apesar de não haver nenhuma restrição ao marketing explícita no Estatuto, sabemos que isso ocorre indiretamente por meio das restrições à publicidade. 

Só que isso não é tão complicado!

Não compreendo o que a OAB diz sobre a publicidade e o marketing!

Apesar de sabermos que a OAB deixa claro que a publicidade e, por consequência, o marketing jurídico devem preservar a integridade da profissão, sendo meramente informativos, temos total consciência de que isso provoca muitas dúvidas. 

As dúvidas são geradas não só porque há confusão entre o que é ou não é meramente informativo, mas também porque as próprias seccionais da OAB ainda não têm um consenso sobre o que é ou não é permitido.

O que as OAB’s estaduais dizem sobre o marketing para advogados?

A confusão em relação ao que pode e ao que não pode no marketing jurídico é tanta que, muitas vezes, nem os Conselhos de Ética das OAB’s estaduais conseguem entrar em consenso.

Isso porque nem sempre é pacífico para os Conselhos Estaduais e para o Conselho Federal o que pode constituir, de fato, uma prática de publicidade ou marketing antiética.

Um exemplo disso é o que ocorre em relação ao patrocínio de anúncios e postagens na internet. 

Obviamente, nesse caso, estamos tratando de um anúncio de cunho meramente informativo (apenas com informações sobre o escritório ou conteúdo jurídico), que não vise explicitamente à captação de clientela. 

Isto é, que não seja um anúncio do tipo “Contrate nossos serviços!” ou “Serviços de advocacia com um precinho especial para você!”.

Em relação aos anúncios informativos pagos, o Conselho de Ética da OAB de São Paulo apresenta posicionamento a favor, permitindo o patrocínio até mesmo no Facebook

A OAB da Bahia também tem posição favorável ao patrocínio de links, mas restringe sua permissão ao pagamento de anúncios no Google, por meio do Google Adwords. 

A justificativa dessas seccionais é a de que ao patrocinar um link no Google, você alcança um público que já está procurando por serviços advocatícios na internet.

Em contrapartida, as OAB’s de Goiás, de Pernambuco e do Distrito Federal, por exemplo, já manifestaram clara oposição à permissão de anúncios pagos no Google. 

Para elas, o impulsionamento pago de publicações viola diretamente as regras de publicidade do Estatuto da OAB, denotando o caráter explicitamente mercantil de captação de clientela. 

E o Conselho Federal da OAB?

A OAB federal ainda não possui posição pacífica sobre o patrocínio de links, deixando, por enquanto, as seccionais estaduais decidirem a própria forma de lidar com essa situação. 

No entanto, com tantas controvérsias e polêmicas em relação ao assunto, não deve tardar a existência de um posicionamento unificado.  

Inclusive, a OAB abriu uma consulta pública no início de setembro (2019) para entender melhor o que os advogados acham sobre os limites da publicidade e do marketing jurídico, cujas disposições no Estatuto não sofrem alterações desde o ano 2000.

Marketing para advogados: afinal, o que é proibido pela OAB?

Como já falamos, saber o que realmente é proibido no marketing para advogados não é uma tarefa nada fácil. 

Há muita confusão gerada pela interpretação do que está disposto no Estatuto da Ordem e isso acaba criando uma série de medos na cabeça dos profissionais. 

Por essa razão, muitos deles preferem não arriscar em nada que possa remeter à publicidade ou ao marketing. Afinal, em meio a tanta insegurança e imprecisão, é melhor permanecer na inércia do que correr o risco de ter a carteira da OAB cassada. 

Mas ainda existem opções de marketing que não ferem as regras da OAB!

Basicamente, as proibições da OAB destinam-se a práticas de publicidade e de marketing que possam violar a dignidade e a integridade da profissão. 

Ou seja, aquelas cujo único objetivo seja vender os serviços do advogado, sem qualquer caráter informativo.

Sendo assim, é vedada a exposição dos serviços do advogado em propagandas explicitamente mercantis (na internet, TV, etc), bem como a veiculação de postagens que contenham expressões que visem à captação de clientes.

Atenção! Falamos acima sobre a permissão de anúncios pagos por algumas seccionais da OAB. 

As OAB’s de alguns estados entendem que, nesses casos, não há tentativa de captação de clientela, uma vez que o público para o qual o anúncio será veiculado já está à procura de serviços jurídicos. 

Esses anúncios não são exceções à regra geral do Estatuto, uma vez que também não podem conter expressões que tenham como objetivo a sedução dos clientes. 

Expressões como “consulte-nos hoje!”, “preços especiais”, “os melhores advogados do mercado” ou outras que visem à captação de clientela não são aceitas em nenhuma hipótese. 

O advogado deve usar a publicidade e o marketing para atrair clientes a partir da qualidade de seus serviços e da demonstração de que realmente tem conhecimento sobre o Direito! 

Principais táticas de marketing proibidas pela OAB

A imprecisão que se dá em relação ao marketing para advogados ainda é tão grande que muitos profissionais ficam receosos em inovar na hora de conquistar clientes.

Sabendo disso, a equipe da Jurídico AI decidiu elencar, com base na análise do Estatuto, do Código de Ética e das decisões das OAB’s do país, quais são as principais táticas de marketing proibidas ao mundo da advocacia.

Anúncios explicitamente mercantis

Um anúncio nada mais é do que uma ferramenta de comunicação que serve para divulgar algo ao público. Ele pode ser veiculado em redes sociais, na televisão, em sites, entre diversas outras possibilidades. 

No geral, os anúncios não são proibidos pela OAB. Isso porque, como falado acima, eles são meros instrumentos de publicidade que pretendem comunicar ao público alguma coisa. 

Os únicos anúncios que são vedados pelo Estatuto e pelas decisões da Ordem são os anúncios de caráter explicitamente mercantil. Quanto a isso, o Novo Código de Ética dispõe que:

Ou seja, são proibidos os anúncios que explicitamente vendem serviços jurídicos de forma indiscriminada.

Anúncios que usem jargões de mercado, utilizando expressões como “advocacia com o melhor preço!” ou “contrate os nossos serviços de advocacia!”, são exemplos claros de anúncios explicitamente mercantis. 

No entanto, nem todo anúncio precisa ter caráter mercantil (ao menos não diretamente).

Por exemplo, imagine um anúncio que tenha como objetivo divulgar ao público informações sobre direitos do consumidor ou direitos trabalhistas, temas que interessam a muitas pessoas.  

Esse anúncio estaria cumprindo seu papel informativo e não teria, a princípio, caráter explicitamente mercantil, sendo totalmente lícito aos advogados. 

Oferecimento de serviços gratuitos

Apesar de ser uma prática muito comum para a conquista de clientes em diversas áreas (sobretudo as que se relacionam ao mundo digital), oferecer serviços de forma gratuita não é uma prática permitida na advocacia. 

A proibição da OAB a essa metodologia de marketing se dá em razão da necessidade da profissão se manter nos padrões de integridade e sobriedade necessários à carreira jurídica, sem haver mercantilização.

Oferecer consultas gratuitas como tática de angariar clientes, segundo a Ordem, viola diretamente a dignidade da profissão e denigre o trabalho do advogado.

Utilização de jargões de mercado

Essa é uma das táticas de marketing que os advogados têm mais dificuldade em lidar. 

Afinal, além dela ser uma das práticas mais utilizadas no mercado (como um todo), muitas vezes há dificuldade na definição do que é ou não é um jargão de mercado.

Os jargões de mercado são aquelas frases de efeito que todo profissional que vende serviços ou produtos utiliza. 

“Somos os melhores advogados do mercado”, “Consulte nossos serviços”, “Temos o melhor custo-benefício da advocacia” são exemplos de jargões de mercado típicos.

Eles não podem ser utilizados porque contribuem para o processo de mercantilização explícito da advocacia, uma vez que transformam a conquista de clientes em uma prática 100% de mercado.

A grande dificuldade, no entanto, não está em identificar os jargões que são claramente de mercado, mas sim aqueles em que não dá para dizer ao certo se podem incentivar a mercantilização (e serem alvo da fiscalização da OAB).

Por isso, os advogados devem estar muito atentos com o que escrevem e com a forma que desejam passar a sua mensagem ao público, preocupando-se com o modo como elaboram seus conteúdos.

Produção de conteúdo que tenha clara intenção de angariar clientela

Hoje em dia, muitos advogados estão escrevendo artigos para blogs e fazendo publicações (imagens, vídeos e textos) nas suas redes sociais. 

No entanto, tais conteúdos não devem ser elaborados de forma que fique explícita a tentativa de angariar novos clientes. 

Isso porque a criação de conteúdo não deve ultrapassar o caráter informativo disposto pelo Estatuto da OAB, sob risco de violação à integridade e à sobriedade necessárias ao Direito e à advocacia.

Por esse motivo, o cuidado com as palavras deve ser redobrado, devendo estar o advogado sempre de olho na maneira como quer passar a sua mensagem ao público.

Além disso, o profissional deve ter o máximo de cuidado para não dar a entender que está produzindo conteúdos (sobretudo textos e vídeos) com o objetivo de estimular seus clientes a entrarem com processos na Justiça.

Esse é um risco muito pertinente e que pode trazer grandes prejuízos ao advogado e ao seu escritório de advocacia.

Todo cuidado é pouco!

Divulgação do preço dos serviços jurídicos

Uma outra prática muito comum no mundo do marketing é a divulgação do preço dos serviços como forma de conquista de novos clientes. 

No entanto, essa é uma prática absolutamente proibida no mundo da advocacia. 

Isso porque a tática de expor o preço dos serviços do advogado, como tentativa de constituir um diferencial para o profissional, viola descaradamente os deveres de sobriedade e integridade determinados pela OAB.

Afinal de contas, além de extrapolar os limites informativos, essa é uma prática com finalidades exclusivamente mercantis, o que é vedado expressamente pelas regras da OAB. 

Segredo: o marketing jurídico que realmente funciona não sofre restrições pela OAB!

Nós estamos enchendo linguiça falando coisas que você pode encontrar em muitos sites.

Afinal de contas, muitos advogados já sabem que as táticas de publicidade e marketing para advogados devem ser atividades meramente informativas, sem natureza mercantil, etc.

No entanto, o que quase ninguém fala é que esse marketing meramente mercantil que o Estatuto veda já está bem ultrapassado e que, mesmo se não fosse proibido, teria pouca ou nenhuma funcionalidade.

Hoje em dia, as pessoas querem saber cada vez mais sobre a qualidade dos serviços antes de adquiri-los e, por isso, sempre buscam entender sobre a qualificação do profissional antes de uma contratação.

Sendo assim, de nada adianta um anúncio, uma publicação ou uma postagem que tenha como objetivo vender o peixe do advogado de maneira descarada.

Não estamos falando que o advogado não deve vender seus serviços ao público, afinal são os clientes que garantem o seu sustento. Estamos dizendo apenas que vender os serviços de forma ultrapassada é uma prática muito ineficiente.

A velha máxima do “jogar para a galera” não funciona mais para o público da advocacia

O segredo do advogado que deseja ter sucesso, hoje, é ter a habilidade para desenvolver e executar práticas inteligentes e modernas de marketing, que em nada esbarram nas regras da OAB.

Essas novas práticas de marketing têm como objetivos a compreensão dos clientes e a satisfação de suas necessidades, aumentando o domínio do profissional sobre o nicho em que atua e melhorando a qualidade dos seus serviços jurídicos.

Isso porque, cada vez mais, os clientes desejam serviços de advocacia em que sintam segurança em relação ao conhecimento do advogado e a sua competência na atuação profissional. 

Logo, mesmo se fosse possível, um marketing que funcionasse unicamente com o objetivo de captar clientela não serviria de nada. Os clientes jurídicos desejam e precisam de algo a mais. 

Advogados estudando táticas de marketing

Quais táticas de marketing jurídico são realmente capazes de atrair clientes?

Já falamos que o velho marketing de outdoors e anúncios, além de proibido pela OAB, é pouquíssimo eficiente para a atração de clientes aos serviços jurídicos. 

Isso porque os clientes desse tipo de serviço estão querendo, cada vez mais, ver valor no trabalho do advogado. 

Dessa forma, quanto mais o marketing estiver focado em agregar valor ao trabalho do advogado, maiores serão as chances de conquista de novos clientes. 

Sabendo disso, vamos contar a vocês 3 táticas de marketing que fazem muito sucesso na hora de agregar valor aos serviços do advogado e aumentar a sua autoridade na internet.

1.Marketing de conteúdo

Para um advogado, fazer marketing de conteúdo nada mais é do que mostrar ao público digital o quanto ele sabe sobre o direito e, consequentemente, demonstrar o quão grande é a sua capacidade de ajudar ao cliente. 

Essa tática envolve escrever textos para blogs e portais jurídicos, gravar vídeos informativos para redes sociais, postar imagens, etc. 

A importância de criar conteúdo para o público é que, a partir dele, você consegue aumentar a sua autoridade na internet, um fator crucial para você ser encontrado no Google! 

O melhor de tudo é que o marketing de conteúdo é, na maior parte das vezes, gratuito e pode começar a qualquer momento!

Além disso, ele não só respeita a OAB, como faz exatamente o que as regras do Estatuto permitem. Afinal, o marketing de conteúdo tem papel totalmente informativo!

2.Link building

Muito ligada ao marketing de conteúdo, as táticas de link building servem para que você aumente a sua autoridade na internet a partir do relacionamento com portais jurídicos, sites de outros advogados e páginas de redes sociais.

Sua metodologia se dá com base na divulgação do seu conteúdo em outras páginas da internet, sempre com redirecionamento para o seu site. 

Quanto maior a quantidade de links seus estiverem presentes na web, maior será a probabilidade de você ser encontrado pelo público no Google. 

Fica bem claro que essa é mais uma tática que em nada viola as diretrizes da OAB, já que não extrapola os limites informativos impostos pelo Estatuto.

Saiba as palavras-chave para link building para advogados

3.Responsividade do site nas diversas plataformas digitais

Responsividade do site significa, basicamente, como um site responde às interações dos usuários. Quanto melhor e em mais plataformas (computadores, celulares, etc) ele responder, maior será a sua autoridade na internet.

Por mais estranho que isso possa parecer, melhorar a desenvoltura de sua página online é uma excelente tática de marketing.

Isso porque a qualidade da sua comunicação com o público é um dos fatores mais importantes para a conversão dos usuários online em clientes para os seus serviços. 

Nem precisamos falar que essa tática não viola em nada o Estatuto da OAB. Afinal, ela não passa de mero ajuste técnico das páginas online do advogado.

As regras da OAB não devem te impedir de implementar o marketing jurídico

Os melhores métodos de marketing para advogados da atualidade não violam em nada as disposições do Estatuto da Ordem ou do Código de Ética.

Pelo contrário, eles reforçam a natureza informativa do marketing (requisito da OAB), o que contribui para o aumento de valor dos serviços jurídicos aos olhos do público. 

Ou seja, não investir em marketing por medo da OAB significa que você não está investindo porque está pensando nas táticas de marketing erradas!Caso você queira saber mais sobre como implementar o verdadeiro marketing jurídico de forma eficiente, recomendo nosso artigo com 10 dicas de marketing para advogados.

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