Execução de Alimentos: Análise dos arts. 528 a 533 do CPC [Guia Completo]

5 nov, 2024
A imagem mostra uma advogada sorrindo enquanto analisa documentos, com uma balança e um martelo de juiz sobre a mesa, simbolizando justiça e trabalho jurídico.

A execução de alimentos é um meio de garantir o cumprimento da obrigação alimentar quando o devedor não realiza os pagamentos de forma voluntária.

O Código de Processo Civil (CPC) oferece os mecanismos processuais para assegurar que o direito dos credores de alimentos seja respeitado.

Vamos detalhar o que o CPC estabelece sobre a execução de alimentos, comentando artigos relevantes e suas aplicações. Confira!

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Execução de Alimentos pelo Código de Processo Civil

Execução de Alimentos pelo Código de Processo Civil

Os dispositivos do CPC, em seus artigos 528 a 533, detalham as ferramentas e os procedimentos disponíveis para que o credor possa receber a pensão alimentícia.

Seja por meio de intimação, prisão do devedor, penhora de bens ou desconto em folha de pagamento. 

A seguir, abordamos esses mecanismos com mais profundidade.

Art. 528, CPC: Intimação pessoal do devedor e meios coercitivos

O CPC, em seu art. 528, trata da execução de alimentos com foco na intimação pessoal do devedor e nos meios coercitivos para garantir o pagamento da dívida alimentícia. 

Vejamos o que diz o dispositivo:

Art. 528, CPC. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

O dispositivo destaca a celeridade no processo de execução, ao impor um prazo de apenas três dias para que o devedor quite o débito, comprove o pagamento ou apresente justificativa válida para a inadimplência.

Caso o devedor não tome nenhuma dessas providências dentro do prazo, o juiz poderá adotar uma série de medidas coercitivas para garantir o cumprimento da obrigação, conforme descrito nos parágrafos seguintes.

Art. 528, § 1º, CPC: Executado não efetuou o pagamento

Texto Legal:

Art. 528, § 1º, CPC. Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.

Comentário: Se o devedor não pagar, o juiz mandará protestar a decisão judicial, o que pode resultar em restrições de crédito para o executado, além de outras consequências negativas para sua vida financeira e profissional.

Art. 528, § 2º, CPC: Apenas impossibilidade absoluta pode justificar o inadimplemento 

Texto Legal:

Art. 528, § 2º, CPC. Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.

Comentário: Apenas a comprovação de impossibilidade absoluta de pagamento poderá justificar o inadimplemento da obrigação alimentar. 

Este detalhe é importante porque, frequentemente, os devedores alegam dificuldades financeiras, mas a lei exige que a incapacidade de pagamento seja realmente insuperável e não uma mera dificuldade financeira comum.

Art. 528, § 3º, CPC: Prisão civil 

Texto Legal:

Art. 528, § 3º, CPC. Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

Comentário: Se o devedor não pagar e a justificativa não for aceita, o juiz poderá decretar sua prisão civil por um período de 1 a 3 meses. 

A prisão é uma das medidas mais drásticas, e ela é prevista exclusivamente para garantir o cumprimento das obrigações alimentares, considerando a importância desses recursos para a sobrevivência do alimentado.

Art. 528, § 4º, CPC: Prisão será cumprida em regime fechado

Texto Legal:

Art. 528, § 4º, CPC. A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.

Comentário: A prisão deve ser cumprida em regime fechado, mas em cela separada de outros presos, o que reflete a natureza civil, e não penal, da prisão por dívida de alimentos.

Art. 528, § 5º, CPC: Pena não exime o executado do pagamento 

Texto Legal:

Art. 528, § 5º, CPC. O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.

Comentário: A decretação da prisão não isenta o devedor do pagamento da dívida. Mesmo após cumprir a pena, o devedor ainda será obrigado a quitar os valores atrasados e as parcelas futuras.

Art. 528, § 6º, CPC: Prisão perde sua justificativa e deve ser suspensa se ocorrer o pagamento

Texto Legal:

Art. 528, § 6º, CPC. Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.

Comentário: Esse dispositivo reforça a ideia de que a prisão civil não é uma punição por inadimplemento, mas sim um meio coercitivo para forçar o cumprimento da obrigação alimentar. 

A prisão é considerada uma medida extrema, mas o seu objetivo não é manter o devedor encarcerado por um longo período, e sim garantir que ele pague a dívida

Assim, tão logo o pagamento seja efetuado, a prisão perde sua justificativa e deve ser suspensa.

Art. 528, § 7º, CPC: Débito alimentar exigível na prisão

Texto Legal: 

Art. 528, § 7º, CPC. O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.

Comentário: A prisão civil somente será decretada em relação às três últimas parcelas devidas antes do início da execução e as que vencerem no curso do processo. 

Isso significa que o credor pode exigir o pagamento de até três meses de pensão vencida, além das parcelas que forem vencendo enquanto a ação de execução estiver em andamento.

Art. 528, § 8º, CPC: Cumprimento da sentença de forma imediata

Texto Legal:

Art. 528, § 8º, CPC. O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.

Comentário: O parágrafo 8º do artigo 528 do CPC estabelece uma alternativa importante para o credor de alimentos (exequente). 

Ele permite que o exequente opte por promover o cumprimento da sentença de forma imediata, utilizando os meios de execução patrimonial, como a penhora de bens, ao invés de buscar a prisão civil do devedor (executado).

Nesse contexto, se a penhora for realizada sobre dinheiro, o credor tem o direito de levantar o valor da prestação mensalmente, mesmo que o devedor apresente impugnação com efeito suspensivo

Ou seja, ainda que o devedor conteste a execução, isso  não impede que o credor receba as prestações alimentícias de forma contínua, assegurando o sustento da pessoa beneficiada.

Esse dispositivo proporciona uma alternativa eficiente para garantir o pagamento, especialmente em situações onde a prisão não seja o melhor meio de coercibilidade, equilibrando os direitos das partes envolvidas.

Art. 528, § 9º, CPC: Pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio

Texto Legal:

Art. 528, § 9º, CPC. Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.

Comentário: O § 9º amplia as opções do exequente quanto à escolha do foro para promover a execução da sentença ou decisão que condena ao pagamento de alimentos

Além das possibilidades previstas no art. 516, parágrafo único, que indicam a competência territorial, o exequente tem o direito de promover a execução no juízo de seu domicílio, ou seja, na cidade onde ele reside.

Essa disposição visa facilitar o acesso à justiça para o credor, uma vez que o cumprimento da sentença pode ser iniciado em um local que seja mais conveniente para ele, evitando deslocamentos desnecessários e simplificando o processo. 

Isso é especialmente relevante em casos de alimentos, onde a celeridade e a praticidade no recebimento das prestações são fundamentais para garantir o sustento do alimentado.

Art. 529, CPC: Desconto em folha de pagamento

O art. 529 CPC prevê outro mecanismo importante que permite o desconto da prestação alimentícia diretamente da folha de pagamento

Isso quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, ou empregado sujeito à legislação do trabalho. Veja:

Art. 529, CPC. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia.

O objetivo desse dispositivo é garantir que, independentemente da vontade do devedor, a obrigação alimentar seja satisfeita regularmente. 

Art. 529, § 1º, CPC: O Juiz irá informar o valor a ser descontado, sob pena de crime de desobediência 

Texto Legal: 

Art. 529, § 1º, CPC. Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.

Comentário: Após o juiz determinar o desconto, será enviado um ofício à autoridade responsável (empresa, empregador, órgão público etc.), que ficará obrigada a realizar o desconto a partir da primeira remuneração após a decisão. 

O não cumprimento dessa ordem pode caracterizar crime de desobediência por parte do empregador.

Art. 529, § 2º, CPC: O ofício deve conter todas as informações necessárias

Texto Legal:

Art. 529, § 2º, CPC. O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito.

Comentário: O ofício deve conter todas as informações necessárias para o desconto ser feito corretamente, incluindo o nome e o CPF das partes envolvidas, o valor da prestação alimentícia e a conta bancária na qual o dinheiro deve ser depositado.

Art. 529, § 3º, CPC: O desconto pode recair sobre os rendimentos e rendas de forma parcelada

Texto Legal:

Art. 529, § 3º, CPC. Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.

Comentário: Em casos de débitos acumulados, o juiz poderá autorizar o desconto parcelado, desde que o valor total (somando as prestações atrasadas e as futuras) não ultrapasse 50% dos rendimentos líquidos do devedor. 

Isso busca assegurar o equilíbrio entre a capacidade financeira do executado e a necessidade do alimentado.

Art. 530, CPC: Cumprimento da obrigação pela penhora de bens

Texto Legal:

Art. 530, CPC. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes.

Quando o devedor não possui salário fixo ou não há possibilidade de realizar o desconto em folha, a execução de alimentos pode se dar por meio da penhora de bens

O art. 530 do CPC prevê que, caso a obrigação não seja cumprida, o processo de execução poderá seguir pelas regras gerais de penhora de bens (conforme o Livro II, Título II, Capítulo IV do CPC).

Essa possibilidade permite ao credor garantir o pagamento da pensão alimentícia por meio da apreensão e venda de bens do devedor, como imóveis, veículos ou até mesmo valores em contas bancárias. 

A penhora é uma medida extremamente eficaz quando o devedor possui patrimônio, mas se recusa a pagar espontaneamente.

Art. 531, CPC: Execução de alimentos provisórios e definitivos

Texto Legal:

Art. 531, CPC. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios.

§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados.

§ 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.

O art. 531 CPC e seus parágrafos esclarecem que as regras para a execução de alimentos aplicam-se tanto aos alimentos provisórios (fixados em decisões liminares) quanto aos definitivos (estabelecidos em sentença transitada em julgado).

A execução de alimentos provisórios é processada em autos apartados e com maior celeridade, considerando a urgência da prestação alimentar. 

Do mesmo modo, a execução dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgada também seguem em autos apartados.

Contudo,  os alimentos definitivos podem ser executados no próprio processo principal.

Art. 532, CP: Conduta procrastinatória do executado e o crime de abandono material

Texto Legal:

Art. 532, CPC. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material.

Comentário: Quando o juiz verificar que o devedor está agindo de forma procrastinatória, ou seja, usando manobras para atrasar o processo de execução de alimentos intencionalmente, ele deve comunicar o Ministério Público sobre os indícios de abandono material.

O crime de abandono material ocorre quando alguém, legalmente responsável por prover alimentos, deixa de prestar o necessário para o sustento da pessoa que depende dele, como filhos menores ou cônjuges em determinadas circunstâncias. 

A comunicação ao Ministério Público é importante porque, além de se tratar de um inadimplemento civil (não pagar a pensão alimentícia), a conduta pode ser caracterizada como crime, com implicações penais para o devedor.

O objetivo desse dispositivo é garantir maior proteção ao credor de alimentos, evitando que o devedor utilize subterfúgios processuais para atrasar indefinidamente o pagamento das prestações alimentícias.

Isso ao mesmo tempo que responsabiliza o executado por possíveis crimes relacionados ao abandono material.

Assim, o artigo funciona como um mecanismo de coerção adicional, buscando evitar que o devedor prejudique o processo de execução e proteja o direito de quem depende financeiramente do pagamento da pensão.

Art. 533, CPC: Execução de prestações alimentícias decorrentes de indenização por ato ilícito

Texto Legal: 

Art. 533 CPC. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.

Comentário sobre o Caput: O dispositivo determina que, quando uma indenização por ato ilícito incluir a obrigação de pagar alimentos, o devedor deve constituir um capital que gere renda suficiente para assegurar o pagamento regular da pensão. 

Isso ocorre mediante requerimento do credor (exequente). O objetivo aqui é garantir a continuidade do pagamento, mesmo em situações futuras de inadimplência.

Art. 533, § 1º, CPC: Imóveis, direitos reais, títulos públicos ou aplicações financeiras vinculadas a prestação alimentícia são inalienáveis e impenhoráveis

Texto Legal: 

Art. 533, § 1º, CPC. O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.

Comentário: O capital a ser constituído pode ser representado por imóveis, direitos reais sobre imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras. 

Esses bens são declarados inalienáveis e impenhoráveis enquanto durar a obrigação de prestar alimentos, ou seja, não podem ser vendidos ou penhorados. 

Além disso, o capital se torna patrimônio de afetação, ficando vinculado diretamente ao pagamento da pensão alimentícia, como forma de garantir que o credor não será prejudicado.

Art. 533, § 2º, CPC: Capital por outras formas de garantia

Texto Legal:

Art. 533, § 2º, CPC. O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.

Comentário: O juiz pode, a seu critério, substituir essa constituição de capital por outras formas de garantia

Uma delas é a inclusão do credor em folha de pagamento de uma empresa de notória capacidade econômica, assegurando o recebimento regular. 

Outra opção, a pedido do devedor, é a substituição por fiança bancária ou garantia real, como imóveis ou bens de valor, cujo montante será definido imediatamente pelo juiz.

Art. 533, § 3º, CPC: Redução ou aumento do valor da prestação alimentícia

Texto Legal:

Art. 533, § 3º, CPC. Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.

Comentário: O parágrafo traz uma importante flexibilidade ao determinar que, caso haja mudança nas condições econômicas do devedor ou do credor, qualquer uma das partes pode solicitar ao juiz a redução ou aumento do valor da prestação alimentícia

Isso permite ajustes que garantam a justiça e a adequação ao momento econômico das partes envolvidas.

Art. 533, § 4º, CPC: A prestação alimentícia terá como base o salário-mínimo

Texto Legal:

Art. 533, § 4º, CPC. A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.

Comentário: Este parágrafo estabelece que a prestação alimentícia pode ser calculada com base no salário-mínimo. 

Isso é comum em situações em que as partes não têm uma fonte de renda claramente definida, utilizando-se o salário-mínimo como referência.

Art. 533, § 5º, CPC: Encerramento da Prestação Alimentícia

Texto Legal:

Art. 533, § 5º, CPC. Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.

Comentário: Quando a obrigação de prestar alimentos chega ao fim (seja porque o alimentado atingiu a maioridade ou por qualquer outro motivo que encerre a necessidade de pensão), o juiz deve liberar o capital constituído, encerrar o desconto em folha de pagamento ou cancelar as garantias prestadas. 

Isso encerra a obrigação do devedor, liberando seus bens e garantias.

Uma advogada, usando óculos e traje formal, estuda um livro jurídico em uma mesa onde estão um martelo de juiz e uma balança da justiça.

Prática Forense do Advogado(a) na Execução de Alimentos

A atuação do advogado(a) na execução de alimentos é fundamental para assegurar que o direito à prestação alimentar seja cumprido de maneira eficaz e em conformidade com a legislação. 

Dessa forma, a prática forense neste campo exige uma série de habilidades, desde o domínio técnico das normas jurídicas até a capacidade de conduzir o processo de forma estratégica para proteger os interesses do cliente. Confira a seguir. 

Início da Execução de Alimentos

O advogado(a) deve avaliar a situação detalhadamente para identificar a melhor estratégia para o cumprimento da obrigação alimentar. 

Dessa forma, o advogado(a) deve orientar o cliente sobre as possibilidades de execução, seja por meio de penhora de bens, descontos em folha de pagamento ou, em casos extremos, pedido de prisão civil do devedor. 

A escolha entre esses mecanismos depende da análise das condições financeiras do devedor e da urgência em garantir o pagamento.

A Intimação do Devedor e o Cumprimento de Prazos

O advogado, ao ingressar com a execução, deve solicitar ao juiz a intimação pessoal do devedor, conforme previsto no art. 528 do CPC, para que este pague a dívida em 3 dias ou justifique sua impossibilidade

Durante esse período, o advogado precisa estar atento ao andamento processual e pronto para reagir rapidamente em caso de impugnações ou justificativas por parte do executado.

Imprevisões e Recursos

A prática forense também requer a preparação para imprevistos. O devedor pode apresentar justificativas que precisam ser analisadas e contestadas adequadamente

Além disso, recursos e medidas suspensivas podem ser interpostos, exigindo do advogado(a) uma postura proativa na defesa dos interesses do cliente.

A experiência em lidar com recursos de execução de alimentos é um diferencial, na prática forense, garantindo que o processo não se prolongue indevidamente.

Revisão e Exoneração de Alimentos

Nesse cenário, o advogado(a) também deve estar preparado para situações de revisão ou exoneração da obrigação alimentar, conforme alterações nas circunstâncias de vida do credor ou do devedor. 

A prática forense, nesse aspecto, requer sensibilidade para verificar quando há fundamento para modificar os valores ou extinguir a obrigação, de modo a evitar abusos ou injustiças.

Medidas de Garantia de Pagamento

Por fim, caso o devedor não cumpra a obrigação dentro do prazo, o advogado pode pleitear medidas mais rígidas, como a penhora de bens (art. 530, CPC) ou o desconto em folha de pagamento (art. 529 do CPC). 

Essas medidas exigem habilidade técnica para identificar o patrimônio do devedor ou garantir que o desconto seja realizado de maneira eficaz se o devedor for funcionário público, militar ou empregado formal.

Execução de Alimentos pelo Rito da Penhora: Modelo de Cumprimento de Sentença em Ação de Alimentos

Se você está em busca de um modelo completo de Execução de Alimentos pelo rito da penhora, confira nosso artigo dedicado ao tema. 

A penhora de bens é uma medida judicial utilizada quando o devedor não cumpre voluntariamente com a obrigação alimentícia fixada em sentença. 

Assim, o §8° do art. 528 do CPC, ao facultar a promoção do cumprimento de sentença desde logo, ressalta a possibilidade da penhora de bens, como imóveis, veículos ou valores em contas bancárias, para assegurar o pagamento dos alimentos devidos.

Como previsto no art. 528, § 8º CPC: 

Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.

Pronto para entrar com uma Execução de Alimentos?

Com base nos artigos 1.694 a 1.710 do Código Civil, você pode iniciar o procedimento de execução de alimentos para garantir que o devedor cumpra com sua obrigação alimentar. 

Esses dispositivos legais fornecem o suporte necessário para solicitar a execução de alimentos, em casos de inadimplemento, a penhora de bens pode ser uma medida efetiva para assegurar o pagamento dos alimentos devidos.

A Importância da Execução de Alimentos para a Garantia do Direito Familiar

A execução de alimentos é fundamental para garantir que a obrigação alimentar seja cumprida, proporcionando segurança financeira àqueles que dependem dela. 

O CPC prevê diferentes mecanismos para assegurar esse direito, como penhora de bens, desconto em folha e, em casos extremos, a prisão civil. 

Esses instrumentos equilibram a necessidade do credor e a capacidade do devedor, mantendo a dignidade dos envolvidos.

O domínio das normas processuais é essencial para advogados que atuam nessa área, permitindo uma atuação rápida e eficiente na defesa dos direitos dos credores de alimentos.

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Sobre o autor

Micaela Sanches

Micaela Sanches

Bacharel em Direito, com especializações em Comunicação e Jornalismo, além de Direito Ambiental e Direito Administrativo. Graduanda em Publicidade e Propaganda, uma das minhas paixões. Amo escrever e aprender sobre diversos assuntos.

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