Em qualquer negociação, seja ela a compra de um simples produto ou a quitação de um serviço complexo, um pequeno pedaço de papel ou um registro digital carregam grande importância: o recibo de pagamento.
Este documento, aparentemente simples, é a prova tangível de que uma obrigação financeira foi cumprida, garantindo a segurança e a transparência entre as partes envolvidas.
Neste artigo, exploraremos a fundo o universo dos recibos de pagamento. Desde os elementos essenciais que o tornam juridicamente eficaz até a crucial distinção entre ele e a nota fiscal. Alertamos, também, sobre os riscos legais da sua ausência e as sérias consequências criminais da sua fraude.
Ao final, apresentaremos um modelo de recibo prático e atualizado para 2025, além de lembrar que você pode contar com a Jurídico AI para facilitar a geração deste e de outros documentos jurídicos. Acompanhe e fortaleça a segurança das suas transações!
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Quais informações essenciais devem constar no Recibo?
Para que um recibo de pagamento tenha eficácia jurídica, é essencial conter determinados elementos formais.
Por isso, é fundamental que o documento esteja devidamente preenchido, com informações claras e objetivas, de modo a evitar questionamentos futuros.
O recibo de pagamento, para ser juridicamente válido, deve conter:
- Identificação completa de quem recebe e de quem paga: nome completo, CPF ou CNPJ, telefone, endereço e outros dados que permitam a individualização das partes envolvidas;
- Assinatura do recebedor, conferindo autenticidade ao ato;
- Descrição exata do valor pago: inclusive com indicação da moeda;
- Descrição do serviço/produto envolvido na transação: ou seja, qual é a obrigação que está sendo cumprida (como compra de bem móvel, prestação de serviço ou aluguel);
Além desses elementos básicos, é recomendável incluir:
- Forma de pagamento utilizada (PIX, dinheiro em espécie, transferência bancária, cheque, permuta, etc.);
- Indicação se há quitação parcial ou total da obrigação assumida;
- Data e local em que o pagamento foi efetuado;
- Referência à quantidade de parcelas, caso o pagamento seja fracionado;
- E, por fim, se o pagamento foi feito a quem de fato tinha poderes legais para receber – como procurador, sócio com poderes contratuais ou cessionário formalmente constituído.
A ausência dessas informações pode gerar insegurança jurídica e fragilizar a defesa em eventual litígio. Por isso, ao assessorar clientes, oriente-os sempre a emitir e assinar recibos completos, mesmo em transações aparentemente simples.
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Recibo de pagamento substitui a nota fiscal?
Não. O recibo não substitui a nota fiscal!
Enquanto o recibo é um documento particular, emitido entre as partes para comprovar o pagamento, a nota fiscal é um documento oficial, usado para o recolhimento de tributos e emitido por empresas no sistema autorizado.
Em atividades comerciais ou prestação de serviços por empresas, a nota fiscal é obrigatória. Nessas situações, não é permitido usar apenas recibo.
Já em acordos entre pessoas físicas, o recibo pode ser suficiente, desde que não envolva prestação de serviço sujeita à tributação.
Orientar o cliente sobre essa diferença é essencial para evitar problemas fiscais e jurídicos.

Quais os riscos legais ao não emitir um recibo?
A ausência de recibo de pagamento pode gerar insegurança jurídica para ambas as partes envolvidas.
Sem esse documento, fica difícil comprovar que a obrigação foi efetivamente cumprida, o que pode abrir margem para disputas judiciais, especialmente quando não há testemunhas ou outros meios de prova.
Em uma eventual ação, a parte que não possui recibo poderá ser cobrada novamente, mesmo já tendo quitado a dívida.
Por isso, o recibo funciona como uma garantia formal do pagamento, protegendo o pagador de cobranças indevidas e o recebedor de alegações falsas.
Com o uso crescente de meios eletrônicos, é totalmente possível emitir recibos por e-mail ou WhatsApp, desde que seja possível confirmar a identidade do remetente.
Quando o recibo for impresso, o ideal é que seja feito em duas vias ou com cópia, de modo que ambas as partes tenham acesso ao comprovante.
Fraudar Recibo de pagamento é crime?
Sim, fraudar recibo de pagamento configura crime e pode gerar sérias consequências jurídicas.
O uso de informações falsas nesse tipo de documento, seja para obter vantagem ou induzir alguém a erro, encontra previsão no Código Penal em diferentes tipos penais.
A depender da conduta praticada, podem ser aplicadas as seguintes tipificações:
Falsificação de documento particular
“Art. 298, Código Penal – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro”
Nesse caso, a conduta consiste em criar um recibo falso ou alterar um verdadeiro, utilizando-o como se fosse legítimo.
Falsidade ideológica
“Art. 299, Código Penal – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”
Aqui temos a falsidade ideológica, que se configura quando o conteúdo do recibo é manipulado para alterar a realidade.
Uso de documento falso
“Art. 304, Código Penal – Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302”
Mesmo que a pessoa não tenha falsificado o recibo, o simples uso do documento fraudado também é punível.
Estelionato
“Art. 171, Código Penal – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”
Se o recibo fraudado for utilizado para obter vantagem indevida, o agente poderá ser enquadrado por estelionato, com agravamento da pena caso a vítima seja idosa, por exemplo.
Portanto, falsificar, alterar ou utilizar recibos com conteúdo inverídico não é apenas antiético, mas também ilícito, e deve ser combatido com rigor, especialmente em relações jurídicas onde a fé pública e a boa-fé objetiva são essenciais.
MODELO DE RECIBO DE PAGAMENTO
Eu, [NOME COMPLETO DE QUEM RECEBE], inscrito no CPF/CNPJ sob o nº [XXX.XXX.XXX-XX ou XX.XXX.XXX/0001-XX], residente/situado em [endereço completo, se necessário], telefone [número], declaro que recebi de [NOME COMPLETO DE QUEM PAGA], CPF/CNPJ nº [XXX.XXX.XXX-XX ou XX.XXX.XXX/0001-XX], na data de [DD/MM/AAAA], o valor de R$ [XXX,XX] ([por extenso]), através de [forma de pagamento: PIX, dinheiro, transferência bancária, etc.].
O pagamento refere-se a [descrever a obrigação – ex: prestação de serviços advocatícios, compra de veículo, etc.], e corresponde à [quitação total/parcial] da obrigação assumida entre as partes.
Caso este pagamento tenha sido efetuado por terceiro autorizado, este recibo confirma que o mesmo ocorreu com ciência e concordância do credor.
Declaro, para todos os fins de direito, que este recibo é verdadeiro e representa fielmente a transação realizada.
Local: [Cidade/UF]
Data: [DD/MM/AAAA]
Assinatura do recebedor
[Nome completo]
CPF/CNPJ: [informar]
Telefone: [informar]
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