O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou a nova versão do Sistema Nacional de Investigação Patrimonial e Recuperação de Ativos (Sniper), plataforma que centraliza dados para facilitar tanto a investigação patrimonial quanto o bloqueio de bens.
O lançamento ocorreu em 23 de setembro de 2025, durante sessão do Conselho, conduzida pelo presidente do CNJ e do STF na época, o ministro Luís Roberto Barroso.

Principais novidades da nova versão do Sniper
A nova versão do Sistema Nacional de Investigação Patrimonial e Recuperação de Ativos (Sniper) trouxe avanços que fortalecem a efetividade da execução e da recuperação de bens:
- Bloqueio direto na plataforma: agora o sistema permite realizar constrições patrimoniais sem precisar recorrer a outras ferramentas, centralizando todo o procedimento em um único ambiente digital;
- Integração ampliada: incluindo plataformas como SisbaJud (instituições financeiras), Renajud (veículos) e AnacJud (aeronaves),
- O Sniper passou a se conectar a registros cartoriais, ao Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SERP/ONR) e ao Sistema Nacional de Gestão de Bens (SNGB).
- Relatórios automáticos: a plataforma gera relatórios positivos ou negativos sobre os resultados das pesquisas patrimoniais, garantindo maior transparência para o magistrado e para as partes envolvidas.
- Análises rápidas: o sistema identifica relações patrimoniais complexas rapidamente, agilizando processos que antes dependiam de diligências demoradas.
Impactos práticos para a advocacia
A nova versão do Sniper do CNJ não se limita a modernizar a gestão judicial, ela tem reflexos diretos na atuação dos advogados, especialmente em demandas de execução e recuperação de ativos:
- Maior efetividade nas execuções: a integração ampliada e o bloqueio direto aumentam as chances de localizar bens em nome do devedor, reduzindo o risco de execuções frustradas.
- Agilidade na instrução processual: com relatórios completos e dados concentrados em um só ambiente, Judiciário consegue localizar bens de forma mais eficiente. Isso reflete em maior segurança e rapidez para os advogados na instrução de petições, já que não precisam recorrer a diversas consultas externas.
- Transparência reforçada: a emissão de relatórios positivos ou negativos padroniza o resultado das buscas, evitando questionamentos e reforçando a transparência e confiabilidade sobre a validade das pesquisas apresentadas.
- Ferramenta estratégica em casos complexos: em investigações patrimoniais envolvendo fraudes, ocultação de bens ou lavagem de dinheiro, o Sniper amplia a capacidade de rastreio e fortalece a argumentação das partes.
Contexto e objetivos do Sniper
O Sniper (Sistema Nacional de Investigação Patrimonial e Recuperação de Ativos) foi desenvolvido no âmbito do Programa Justiça 4.0, parceria do CNJ com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), para modernizar o Judiciário com soluções digitais.
A nova versão nasce com dois objetivos principais:
- Aumentar a efetividade da recuperação de ativos, especialmente em processos relacionados a corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes patrimoniais;
- Reduzir a morosidade das execuções judiciais, concentrando em um só ambiente dados que antes estavam dispersos em diferentes sistemas e órgãos.
Com isso, o CNJ pretende transformar o Sniper em uma plataforma central de rastreamento, bloqueio e gestão de bens, reforçando o papel do Judiciário no combate à inadimplência e à ocultação patrimonial.
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Diferença em relação a outras ferramentas de constrição patrimonial.
Embora já existam sistemas como SisbaJud, Renajud e AnacJud, a nova versão do Sniper do CNJ se diferencia por atuar de forma integrada e estratégica.
Enquanto as demais plataformas permitem bloqueios ou consultas pontuais em bases específicas (como veículos, contas bancárias ou aeronaves), o Sniper cruza diferentes informações patrimoniais em um só ambiente e, agora, também possibilita o bloqueio direto
Na prática, isso significa que o advogado não precisa mais recorrer separadamente a cada sistema ou aguardar múltiplas ordens judiciais.
O Sniper concentra os dados, gera relatórios completos e acelera a tomada de decisão pelo magistrado, o que reduz etapas processuais e aumenta as chances de êxito na satisfação do crédito.
Próximos passos e desafios
Apesar dos avanços, o CNJ reconhece que o Sniper ainda está em evolução. A expectativa é que, até o fim de 2025, novos módulos sejam incorporados, incluindo bloqueio direto de imóveis e integração ampliada com registros públicos.
Entre os principais desafios estão a atualização constante das bases de dados, a proteção das informações sigilosas e a necessidade de capacitar magistrados, servidores e advogados para utilizar todo o potencial da ferramenta.
O sucesso do sistema dependerá não apenas da tecnologia, mas também da adesão efetiva dos operadores do Direito.

O que é a nova versão do Sniper do CNJ?
O Sniper (Sistema Nacional de Investigação Patrimonial e Recuperação de Ativos) é uma plataforma criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para centralizar informações patrimoniais e facilitar tanto a investigação de bens quanto o bloqueio direto em processos judiciais.
E sua nova versão trouxe melhorias de integração e automação, permitindo consultas mais rápidas e geração de relatórios, o que amplia a eficiência na recuperação de ativos.
Qual a principal novidade da nova versão do Sniper?
A grande inovação é a possibilidade de bloqueio direto de bens dentro da própria plataforma, sem depender de consultas ou acessos separados aoutros sistemas. Isso torna a execução mais ágil e efetiva.
O Sniper substitui sistemas como SisbaJud, Renajud e AnacJud?
Não. O Sniper não substitui, mas integra e amplia esses sistemas. Ele conecta as informações patrimoniais já disponíveis nessas bases, além de novas fontes como o Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SERP/ONR) e o Sistema Nacional de Gestão de Bens (SNGB).
Como a nova versão do Sniper impacta a advocacia?
Advogados ganham mais agilidade na instrução processual, pois podem gerar relatórios mais completos e obter dados patrimoniais em segundos. Isso reduz execuções frustradas e fortalece a estratégia em casos complexos, como fraudes e ocultação de bens.
O Sniper pode ser usado em processos judiciais?
Sim, especialmente em execuções e investigações patrimoniais. Ele é útil em casos de cobrança, cumprimento de sentença, recuperação de ativos desviados.
O sistema garante mais segurança jurídica?
Sim. A emissão de relatórios positivos ou negativos padronizados evita questionamentos sobre a validade das provas, reforçando a confiança do magistrado e das partes no resultado das buscas.
Quem pode acessar o Sniper?
O acesso é restrito a magistrados e servidores autorizados do Judiciário.
Os advogados se beneficiam indiretamente, já que podem requerer o uso da ferramenta em seus processos.
Quais são os próximos passos para o Sniper?
O CNJ pretende ampliar o sistema até o fim de 2025, incluindo bloqueio direto de imóveis, integração com mais registros públicos e treinamentos para operadores do Direito. O desafio é manter a atualização constante das bases e proteger dados sigilosos.
O que diferencia o Sniper de outros sistemas de bloqueio de bens?
Enquanto o SisbaJud, Renajud ou AnacJud realizam consultas e bloqueios em bases específicas, o Sniper cruza todas essas informações em um único ambiente e já permite bloqueio direto integrado, economizando tempo e etapas processuais.
Qual é o objetivo principal do Sniper?
O sistema foi criado para aumentar a efetividade da recuperação de ativos e reduzir a morosidade das execuções judiciais, centralizando dados que antes estavam dispersos em diversos órgãos e sistemas.