A liberdade provisória é um direito concedido ao investigado ou réu que, mesmo preso em flagrante, pode responder ao processo em liberdade.
Prevista no Código de Processo Penal (CPP), a medida garante o equilíbrio entre a necessidade de restrição da liberdade e a presunção de inocência.
Neste artigo, abordamos os principais aspectos da liberdade provisória, incluindo seus requisitos, fundamentos legais e a atuação do advogado para garantir esse direito ao seu cliente. Confira!
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Requisitos para a concessão da Liberdade Provisória
Liberdade provisória é a concessão da liberdade ao preso em flagrante antes da conclusão do processo, desde que não estejam presentes os requisitos da prisão preventiva.
A liberdade provisória pode ser concedida com ou sem fiança, conforme o artigo 321 do CPP, e depende da ausência dos requisitos para a prisão preventiva.
Os principais requisitos para sua concessão são:
- Ausência de periculosidade do agente.
- Não reincidência em crime doloso.
- Baixa gravidade do delito (sem violência ou grave ameaça).
- Garantia da ordem pública e econômica.
- Ausência de risco à aplicação da lei penal.
Se não houver fundamentos para a preventiva, a liberdade provisória deve ser concedida.

Tipos de Liberdade Provisória
A liberdade provisória é um instituto do Direito Processual Penal que permite ao acusado responder ao processo em liberdade, desde que atendidos os requisitos legais.
Veja a seguir quais são as principais modalidades:
Liberdade Provisória com Fiança
A fiança é um valor pecuniário prestado pelo acusado para garantir sua liberdade enquanto responde ao processo, podendo ser arbitrada pelo delegado de polícia ou pelo juiz, conforme a pena máxima prevista para o crime.
As regras estão dispostas nos artigos 321 a 350 do CPP.
Principais aspectos:
- O valor da fiança varia conforme a gravidade do crime e a condição econômica do acusado.
- O valor pago pode ser utilizado para custear despesas processuais e eventuais indenizações à vítima, caso o acusado seja condenado.
- O descumprimento das condições impostas pode resultar na perda do valor depositado e na decretação da prisão preventiva.
Liberdade Provisória sem Fiança
A liberdade provisória sem fiança ocorre quando a prisão preventiva não é necessária e o crime cometido é de menor gravidade ou quando o acusado não possui condições financeiras para pagar a fiança.
Principais aspectos:
- Prevista no artigo 350 do CPP, que autoriza a concessão da liberdade sem fiança sempre que o juiz considerar adequado.
- Frequentemente aplicada em casos de infrações de menor potencial ofensivo.
- Pode ser concedida em situações onde a fiança seria exigível, mas o acusado demonstra hipossuficiência econômica.
- Não impede a imposição de outras medidas cautelares.
Liberdade Provisória com Medidas Cautelares
Com a reforma trazida pela Lei 12.403/2011, o juiz pode conceder a liberdade provisória impondo medidas cautelares diversas da prisão, conforme previsto no artigo 319 do CPP.
Essas medidas têm o objetivo de garantir o andamento regular do processo sem a necessidade de manter o acusado preso.
Principais medidas cautelares:
- Comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades.
- Proibição de contato com vítimas ou testemunhas, evitando influência no processo.
- Proibição de frequentar determinados lugares, como o local do crime.
- Recolhimento domiciliar em horários específicos, como período noturno ou fins de semana.
- Monitoramento eletrônico, com uso de tornozeleira eletrônica para controle de deslocamento.
- Suspensão do exercício de função pública ou atividade econômica relacionada ao crime praticado.
O descumprimento dessas medidas pode resultar na revogação da liberdade provisória e na decretação da prisão preventiva do acusado.
A escolha entre fiança, medidas cautelares ou simples liberação sem fiança depende da gravidade do crime, dos antecedentes do acusado e do risco que ele representa para a sociedade e para o andamento do processo.
Assim, o sistema busca equilibrar a garantia dos direitos individuais com a segurança jurídica e o interesse público.
Atuação do Advogado na Liberdade Provisória
A defesa deve agir rapidamente para garantir a soltura do cliente, adotando estratégias que demonstrem a inexistência de requisitos para a manutenção da prisão.
A atuação do advogado envolve:
Análise do Auto de Prisão em Flagrante
O advogado deve verificar irregularidades na abordagem policial e no flagrante, como:
- Falta de justa causa para a prisão.
- Violação de direitos do preso.
- Flagrante forjado ou ilegal.
Se houver ilegalidade, deve-se requerer o relaxamento da prisão imediatamente.
Pedido de Liberdade Provisória
Caso a prisão seja legal, o advogado deve demonstrar que não há fundamentos para a preventiva e requerer a liberdade provisória com ou sem fiança.
Principais argumentos para o pedido:
- Réu primário e bons antecedentes;
- Endereço fixo e ocupação lícita;
- Crime sem violência ou grave ameaça;
- Ausência de risco à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal.
Solicitação de Medidas Cautelares Alternativas
Se houver resistência à soltura sem restrições, a defesa pode sugerir medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP para evitar a conversão da prisão em preventiva.
Recurso em Caso de Indeferimento
Se a liberdade for negada, a defesa pode:
- Impetrar habeas corpus para garantir a liberdade do acusado.
- Recorrer da decisão ao tribunal competente.
- Reiterar o pedido em razão de novos fatos ou mudança da situação do acusado.

Dicas práticas para advogados na defesa da Liberdade Provisória
A atuação do advogado(a) na obtenção da liberdade provisória exige conhecimento técnico, estratégia e rapidez na condução do pedido.
Para garantir maior eficácia na defesa do cliente, seguem algumas dicas práticas:
Atuação Imediata no Flagrante
- Compareça à delegacia assim que tomar conhecimento da prisão.
- Verifique se os direitos do preso estão sendo respeitados, como a comunicação à família e o direito ao silêncio.
- Solicite acesso ao Auto de Prisão em Flagrante (APF) para identificar eventuais irregularidades.
Análise Minuciosa dos Requisitos da Prisão Preventiva
- Avalie se há fundamento real para a conversão da prisão em preventiva.
- Se os requisitos não estiverem presentes, requeira a liberdade provisória de forma fundamentada.
- Caso haja fundamento, negocie medidas cautelares alternativas com o juiz.
Elaboração de Pedido de Liberdade Provisória Bem Fundamentado
- Inclua jurisprudência atualizada para embasar o pedido.
- Destaque a primariedade do réu, residência fixa e atividade lícita, quando aplicável.
- Argumente com base no princípio da presunção de inocência e na excepcionalidade da prisão preventiva.
Utilização de Medidas Cautelares como Estratégia
- Quando houver resistência à concessão da liberdade provisória, proponha medidas cautelares como alternativa.
- Indique medidas específicas adequadas ao caso concreto, como monitoramento eletrônico ou comparecimento periódico em juízo.
Impugnação de Decisões Desfavoráveis
- Caso o pedido de liberdade seja negado, impetre habeas corpus imediatamente.
- Utilize argumentos sólidos e demonstre a desproporcionalidade da prisão.
- Se necessário, recorra ao Tribunal de Justiça ou Tribunais Superiores.
Acompanhamento do Processo e Atualização da Defesa
- Fique atento às mudanças na situação do réu e reitere pedidos quando necessário.
- Caso surjam novas provas favoráveis, peticione ao juízo para revisar a decisão.
- Mantenha comunicação constante com o cliente e sua família para alinhar expectativas e estratégias.
Com uma atuação diligente e técnica, o advogado(a) pode aumentar significativamente as chances de obter a liberdade provisória para seu cliente, garantindo que seus direitos sejam respeitados e evitando prisões desnecessárias.
A importância do advogado(a) na defesa da Liberdade Provisória
A liberdade provisória é um direito fundamental no processo penal e deve ser concedida sempre que não houver requisitos para a prisão preventiva.
O advogado desempenha um papel essencial na defesa da liberdade do cliente, garantindo que o princípio da presunção de inocência seja respeitado.
Com argumentação técnica e atuação estratégica, a defesa pode evitar a manutenção desnecessária do acusado no cárcere, assegurando uma resposta penal justa e proporcional.
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